domingo, 30 de agosto de 2009

Doida e Santa

"Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.

...

De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como fecharei, se não for santa?"
Adélia Padro

Li estes versos na crônica Doidas e Santas da Martha Medeiros e fiquei a pensar na minha vida, nos meus amores, nas minhas escolhas.
Nos dias atuais tenho estado feliz e sei que é por estar me permitindo ser um pouco mais doida que o normal, a minha falsa e comoda santidade nunca me levaram nem até a esquina.
Na verdade a minha doidice sempre foi história pra boi dormir, eu sempre me comportei super bem, fiz poucas loucoras dignas de serem registradas e no campo amoroso nunca quis me aventurar, sempre me pareceu um terreno muito inseguro, nunca se tem certeza de nada.
Continuo concordando comigo mesma, mas hoje em dia o medo de quebrar a cara, o medo da decepção, o medo do olhar do outro são menores. Ainda sou uma medrosa amorosa, mas em recuperação.
O tratamento tem dado certo, apesar do método ser vitual, tem removido aos poucos as camadas que me protegiam de mim mesma.
Eu abri minha janela num surto de loucura e agora não tenho mais vontade de fechá-la, pois por essa janela entram carinhos, palavras amorosas, brisa do mar, mas o que eu mais queria é que o dono desses carinhos, dessas palavras entrasse e nunca mais fosse embora. Fizesse de mim seu território.
Quem sabe o que me aguarda depois daquela curva? Quem sabe o que o DEUStino me reserva? Quem sabe se logo não estarei num avião com destino a cidade maravilhosa?
Afinal eu sou uma doida em fase de aprendizado e uma santa em recuperação.

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