Quando ela dorme, como dorme a estrêla,
nos vapôres da tímida alvorada,
e a sua doce fronte extasiada,
mais perfeita que um lírio, e tão singela,
tão serena, tão lúcida, tão bela,
como dos anjos a cabeça amada,
repousa na cambraia perfumada,
eu velo absorto o casto sono dela.
E rogo a Deus, enquanto a estrêla brilha,
Deus que protege a planta e a flor obscura,
e nos indicado futuro a trilha,
Deus, por quem tôda a criação se humilha,
que tenha pena dessa criatura,
dêsse botão de flor -- que é minha filha.
nos vapôres da tímida alvorada,
e a sua doce fronte extasiada,
mais perfeita que um lírio, e tão singela,
tão serena, tão lúcida, tão bela,
como dos anjos a cabeça amada,
repousa na cambraia perfumada,
eu velo absorto o casto sono dela.
E rogo a Deus, enquanto a estrêla brilha,
Deus que protege a planta e a flor obscura,
e nos indicado futuro a trilha,
Deus, por quem tôda a criação se humilha,
que tenha pena dessa criatura,
dêsse botão de flor -- que é minha filha.
Luís Guimarães Júnior
(Extraído do livro Língua Pátria de 1964 organizado por Maximiano A. Gonçalves)
(Extraído do livro Língua Pátria de 1964 organizado por Maximiano A. Gonçalves)
Minha mãe voltou hoje da escola com esse livro e me 'presenteou' com esta linda poesia, fiquei felicíssima, foi um gesto tão simples e de uma beleza sem igual. Era tudo que eu precisava para encerrar meu dia, um dia que foi tão intenso, recheado de emoções fortes e muita tosse (estou com brônquite!), no fim da noite recebo um carinho destes, dessa mãe que é tão única e especial. Obrigada Deus por TUDO que tens me dado, inclusive as provações, pois é através delas que consigo evoluir.